PRÁTICA DOCENTE E APRENDIZAGEM


PRÁTICA DOCENTE E APRENDIZAGEM

Waldeni Monteiro Fontes
Licenciada em Ciências Biológicas (CEULP-ULBRA)
Normal Superior (UNITINS)
Especialista em Metodologia de Ensino para Educação Básica
Docente: Profª. Ms. Edna Maria Cruz Pinho
E-mail: waldenif@hotmail.com


RESUMO

A prática docente envolve a formação de professores com sua identidade, a docência como profissão e o aluno na prática da aprendizagem e para ter sucesso no ensino-aprendizagem, abrange a afetividade do aluno e a relação professor-aluno, juntamente com o conhecimento do professor e a forma de expor tais conhecimentos. Este trabalho será desenvolvido através de leituras recapitulando estudos realizados em sala de aula, expondo o aprendizado obtido no encontro com a professora e alunos do curso de especialização em Metodologia de Ensino para Educação Básica.


1 – INTRODUÇÃO

          Na tarefa de ensinar e aprender, os educadores devem estar imbuídos do sentimento de investigação, ou seja, buscar a origem, fazer ciências com o educando, significando ora ser professor, ora ser aluno, o que não é tarefa fácil. Visto que já temos conceitos arraigados que nem sempre nos permite transpor determinadas barreiras com o fim único de propiciar que o aluno construa seu conhecimento, consideramos que nenhuma teoria exista sozinha sem o devido suporte das outras, pois em suas essências elas se fundem, e todas estão e são para o ser humano, visando o seu crescimento e bem estar. Na sociedade contemporânea, torna-se mais notável e mais necessário, o trabalho do professor, pois sua mediação é parte fundamental no processo ensino aprendizagem e que desta forma constitui o conhecimento e a cidadania do aluno. Para obter um trabalho de qualidade do professor, é necessário que ocorra uma formação a nível a atender a exigência atual, pois o professor precisa adquirir mais conhecimentos e os saberes necessários à docência. Que tais professores desenvolva conhecimentos e habilidades, atitudes e valores, possibilitando-os a dar respostas a necessidade imposta pela sociedade. O professor necessita mobilizar os saberes da experiência, a fim de mediar o processo de construção de sua própria identidade. A pratica docente neste estudo envolve o saber fazer e nesta concepção está claro que quem ensina faz e deve saber fazer, a tarefa de ensinar na essência, inclui o aprender.
          A aprendizagem escolar possui características próprias e da aprendizagem familiar, pois nesse exercício de aprender, são  utilizados experiências adquiridas da família e do meio onde estão inseridos, tais experiências tornam-se em conhecimentos e aprendizagem, considerados como uma troca de informações. A capacidade de aprender é inata, e existem várias maneiras de aprender, pois cada pessoa e cada professor têm sua própria forma de ensinar. Como exemplo veja que nas escolas dos sumerios, se usava o método da repetição, os alunos repetiam várias vezes os textos escritos e lidos, memorizando-os, utilizavam também o método de copias, e dessa forma a aprendizagem era realizada. Os egípcios e os gregos utilizavam a mesma prática, na idade média também era utilizado o mesmo método. Na renascença continuou a exigir à memorização dos textos, quando neste período a escrita inicia a liberar a memória da obrigação de conservar todo conhecimento acumulado. Atualmente os desafios do nosso mundo as exigências dos novos tempos e a tecnologia, a velocidade das transformações impõem outras exigências não memorísticas. Portanto com inúmeras mudanças atuais, muda-se a maneira de aprender. A demanda por diferentes e continuas aprendizagens é uma marca da nossa sociedade. Essa demanda exige novas formas de conhecimentos, pois a sociedade cresce e se modifica numa velocidade acelerada. Entre tantas exigências e mudanças, exige-se dos professores que tenham uma melhor formação e que busquem mais conhecimentos com novas praticas de ensino que venha gerar novas formas de aprendizagem para o aluno. 


2 – DESENVOLVIMENTO

2.1 – FORMAÇÃO DE PROFESSORES
      
          Os últimos tempos têm sido marcados pela discussão sobre a qualidade da educação e sobre as condições necessárias para assegurar o direito de crianças, jovens e adultos a aprendizagem imprescindível para o desenvolvimento de suas capacidades.  As transformações científicas e tecnológicas que ocorrem de forma acelerada exigem dos profissionais novas aprendizagens proporcionando desafios enormes para a sociedade e consequentemente para a educação escolar. mesmo não sendo a escola  a única responsável pela educação, mas por ser a instituição que desenvolve uma pratica educativa planejada e sistemática durante um período de tempo continuo na vida das pessoas. A escola deve garantir às crianças e jovens a possibilidade de ao longo da escolaridade compreender conceitos, princípios e fenômenos cada vez mais complexos, e de transitar pelos campos do saber, aprendendo procedimentos, valores e atitudes imprescindíveis para o desenvolvimento de suas capacidades. Essas capacidades  são: cognitivas, afetivas, físicas, éticas, estéticas, de inserção social e de relação interpessoal, sendo possível por meio do processo de construção e reconstrução de conhecimentos.
          A definição de diretrizes para a formação de profissional dos professores não depende apenas da identificação apenas das tarefas próprias da educação escolar, mas sim da identificação do lugar que a formação de professores ocupa no conjunto de fatores que interferem na aprendizagem dos alunos. O desenvolvimento nas áreas educativas e a grande exigência de formação de professores têm ocorrido em função da melhoria da qualidade do ensino, na educação visando maior comprometimento do professor na sua pratica em sala de aula. O trabalho do professor e sua formação inclui, competências de um profissional intelectual que atua em situações singulares. Para tanto, o domínio teórico do conhecimento profissional é essencial, mas não é o suficiente. É preciso saber mobilizá-lo em situações concretas, qualquer que seja sua natureza. A produção de conhecimentos pedagógicos exige a competência para construir um discurso sobre a pratica de sistematizar e comunicar saberes construídos e compartilhados. A boa formação do professor possibilita o confronto dos limites do conhecimento, dessa forma o professor não pode ser visto como o problema, mas sim como um profissional que está apto para resolver parte dos problemas educacionais. É certo que há uma enorme distancia entre o perfil do professor que a realidade atual exige, e o perfil de professor que a realidade até agora criou. Sendo um bom profissional possuindo as habilidades e competências exigidas do sistema de ensino, o professor está desta forma construído sua identidade ideal. Portanto a formação é entendida como um processo continuo e permanente de desenvolvimento, o que exige do professor um compromisso político e social. Isto significa que ser um profissional da educação implica aprender sempre e contribuir para uma aprendizagem significativa dos alunos que são sujeitos do processo educacional. Mesmo tendo boa formação, o professor precisa ter um bom relacionamento com seus alunos, dando abertura e possibilidades de uma boa aprendizagem.


2.2 – APRENDIZAGEM

          Da mesma forma que o mundo se transforma hoje em dia com uma rapidez espantosa, a escola também passa por mudanças acompanhando as novas concepções de ensino e aprendizagem. Na pedagogia tradicional, encontrávamos uma maneira de dar aulas voltadas somente para a transmissão oral dos conteúdos, na qual o aluno era visto como um ser passivo que acumula conhecimentos (MEC, FUNDESCOLA). Hoje a educação pretende desenvolver a capacidade do aluno de aprender por si próprio e sempre, para isso ele deve ser o sujeito do processo de aprendizagem, e o professor um importante mediador nesse processo. O aluno constrói seu conhecimento a partir de suas ações sobre o que deseja conhecer. Cada aluno traz para a escola conhecimentos diversificados, dependendo das oportunidades que teve de interagir com o mundo e do ambiente em que vivem, certo é que, todos possuem uma forma de aprender. Segundo o informativo MEC, FUNDESCOLA, entende-se que as pessoas somente podem compreender o mundo e se desenvolver, agindo sobre objetos e interagindo com outras pessoas. É importante observar que quando um aluno apenas memoriza ou decora, ele esta aprendendo mecanicamente, é diferente de quando ele compreende determinado assunto.  O compreender é cognitivo, portanto o aluno deverá ser conscientizado que é necessário compreender os conteúdos a serem estudados e esta tarefa cabe ao professor fazer esta conscientização aos seus alunos.  É importante saber que muitas vezes a escola está transmitindo um conhecimento que o aluno já possui. No processo de interação com objeto a ser conhecido, a criança constrói explicações sobre ele de acordo com a estrutura cognitiva, ou seja, de acordo com seu conhecimento. Por sua vez a escola proporciona conhecimentos mais sistematizados e por isso deve proporcionar uma aprendizagem mais significativa. O aluno aprende de maneira significativa quando estabelece relações entre os conteúdos escolares e os conceitos construídos por ela. Os conceitos ensinados vão se incorporar aos já existentes, reorganizando e ampliando sua estrutura cognitiva. A escola deve desafiar, exigir, e estimular a inteligência do aluno, e o professor em primeiro momento tem o papel de apresentar os conteúdos em forma de problemas, levando o aluno a pensar, buscar soluções e dar suas idéias. Isto funciona como desafios e os alunos se sentirão incentivados a agir sobre o meio para buscar respostas.  A partir do momento em que um desafio é colocado, cada aluno apresenta baseando-se em sua experiência pessoal, dando explicações para o problema, construindo novos conhecimentos. Essas respostas são hipóteses, e o confronto entre as hipóteses de vários alunos mantém o desafio e impulsiona a reorganização dos conceitos. Segundo BORDONI, para que uma aprendizagem ocorra, deve ser significativa, e que seja vista como compreensão e de significados, relacionando-se as experiências anteriores e vivencias pessoais dos alunos. Neste sentido que venha  permitir a formulação de problemas, bde algum modo desafiantes que incentivem o aprender mais, o estabelecimento de diferentes tipos de relações entre fatos, objetos, acontecimentos noções e conceitos, desencadeando modificações de comportamentos e contribuindo para a utilização do que é aprendido em diferentes situações.     O ensino pode ser entendido como uma ajuda ao processo de aprendizagem, e a ajuda externa é necessária para que o aluno construa seu conhecimento. Uma forma de ajuda eficiente é criar zonas de desenvolvimento proximal e oferecer a devida assistência.


2.2.1 - ZONA DE DESENVOLVIMENTO PROXIMAL
         
          O nível de desenvolvimento real é aquilo que o aluno pode fazer sozinho em uma determinada situação sem ajuda de ninguém,
          O nível de desenvolvimento potencial é o que pode fazer ou aprender na interação com outras pessoas, conforme as observa, imitando, trocando idéias com elas e ouvindo suas explicações, sendo desafiadas por elas. E essas pessoas podem ser o professor e seus próprios colegas.
          A zona de desenvolvimento proximal pode ser definida como o espaço no qual graças à interação e a ajuda de outros, uma pessoa pode realizar uma tarefa de maneira que não seria capaz de realizar individualmente. Por meio da participação ativa de outros e os apoios, o aluno modifica seu conhecimento e adquire maiores possibilidades de atuação autônoma e independente. Neste sentido entende-se que a interação entre professor e aluno auxilia no desenvolvimento da aprendizagem na construção de novos conhecimentos. Para tanto o professor deve aceitar contribuições dos alunos, respeitando-as mesmo quando apresentadas de forma confusa ou mesmo inadequada, em favorecer o respeito por parte do grupo assegurando a participação de todos. Vimos dessa forma que as crianças aprendem e pensam de formas diferentes, não só os conhecimentos de que dispõem, mas suas capacidades intelectuais seus interesses e motivações são muito diversificadas. Vale ressaltar que, as diferenças encontradas em sala de aula, não são obstáculos para o cumprimento da ação educativa, ao contrario, podem e devem ser fator de enriquecimento.


2.2.2 – AFETIVIDADE

        A afetividade é considerada a energia que move as ações humanas e sem afetividade não há interesse nem motivação, ou mesmo é a energia interna que se expressa através de emoções e sentimentos.  No universo escolar há sempre um consenso entre educadores com base nas principais teorias do desenvolvimento sobre a importância da qualidade das primeiras relações afetivas da criança. Sendo que a afetividade chega a implicar no desenvolvimento emocional e afetivo, na socialização nas interações humanas e, sobre tudo na aprendizagem. Para uma boa aprendizagem é importante a participação ativa da criança, no processo, essa participação ativa, se representa através de comportamentos como: perguntar, responder, pensar e explicar o que pensou, procurar respostas para os desafios errar e reformular seu pensamento, o afeto está presente nessas atitudes, ou seja, o afeto está presente em todas as atividades humanas. Portanto a afetividade influencia a construção de conhecimento, então para que um aluno construa seu próprio conhecimento ele precisa querer e desejar. O professor também precisa ser aberto com seus alunos bem sociável, pois a insegurança,  o medo, o ódio, a tristeza, diminuem o desejo de saber, o aluno jamais deve ter medo de seu professor, pois emoções contrarias pode dificultar a aprendizagem do aluno.


2.3 – CONCLUSÃO

          Mediante grandes transformações ocorridas na sociedade atual, o mundo inteiro corre em busca de novas informações, novas formas de ensinar e aprender. Por outro lado, tais transformações científicas e tecnológicas, exigem de todos novas aprendizagens ao ponto de proporcionar desafios para a sociedade e para a educação escolar. A educação precisa contribuir para formação de cidadãos conscientes de seus valores e que respondam realmente aos desafios colocados pela realidade atual.
          Entende-se que educação faz parte de tais avanços na área de conhecimento, dessa forma, faz-se necessário que seus profissionais sejam capazes de gerar ou fazer acontecer tais desenvolvimentos na carreira educacional dos alunos, já que  os mesmos se inserem no mesmo mundo de tamanho desenvolvimento. Os educadores como docentes, em sua prática precisam munir de certas competências e habilidades, que gerem nos alunos segurança e resultados positivos na sua aprendizagem e que tais aprendizagens sejam significativas, para o momento em destaque. A grande preocupação com o trabalho prestado pelos docentes, não é somente com o sucesso escolar dos alunos, mas sim com a garantia do desenvolvimento da capacidade pessoal desses alunos que lhes permita plena participação social num mundo cada vez mais exigente em todos os aspectos. Portanto o trabalho do professor deve ser completo, o mesmo deve possuir competências e habilidades para realizar um trabalho eficaz. O professor precisa possuir sua própria identidade, saber do que é capaz pois sua formação interfere muito na aprendizagem do aluno, pois quanto mais capacitado ele for mais informações poderá passar para seus aluno.
          A aprendizagem dos alunos deve ser de forma significativa, conhecer os significados dos conceitos adquiridos. A aprendizagem ocorre de varias formas, e entende-se que o aluno é o sujeito mais centralizado neste processo e o professor é seu mediador e auxiliar. Neste sentido o sujeito constrói seu conhecimento a partir de suas ações sobre o que deseja conhecer. O ensino pode ser entendido como ajuda ao processo de aprendizagem e o professor deverá aceitar as contribuições dos alunos, podendo até estar de uma forma confusa ou inadequada. Entende–se que as crianças possuem maneiras diferentes de aprender, mas isto não são obstáculos para aprendizagem, mas sim uma ajuda e um enriquecimento. Através da realização desse estudo, entende-se que a afetividade é um fator essencial para uma boa aprendizagem, pois afeto e inteligência são inseparáveis. E a afetividade influencia a construção de conhecimentos.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


BORDONI, Thereza. Disponível em: www.forumeducacao.hpg.ig.br/textos/didat 6.htm.
 
BRASIL, Ministério da Educação e Cultura - MEC, FUNDESCOLA. Guia de Estudos. Proformação. Módulo III, Unidade 2. Brasília: MEC, 2000, p. 92 a 110.


Comentários

Postagens mais visitadas